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Ao lado do ditador Nicolás Maduro, Lula defende união de países latino-americanos

Chefes de Estado de países da América do Sul  participam de cúpula em Brasília

Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (29) a união de países latino-americanos durante entrevista coletiva de imprensa ao lado do ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

“A América do Sul precisa trabalhar como bloco. Não dá pra imaginar que, sozinho, um país vai resolver os seus graves problemas que já perduram mais de 500 anos”, defendeu Lula.  

“Se a gente estiver junto, nós temos 450 milhões de pessoas, a gente tem um PIB de quase US$ 4,5 trilhões. A gente tem força no processo de negociação e é por isso que esse momento [cúpula] é importante”, completou.

Cúpula

A partir desta terça-feira (30), chefes de Estado de países da América do Sul se reúnem em Brasília, no Palácio Itamaraty. Os presidentes de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e o ditador venezuelano confirmaram presença. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos.

“O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), na última sexta-feira (26).

Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.

Ditadura venezuelana

Dados do Observatório das Migrações Internacionais apontam que cerca de 400 mil venezuelanos fugiram de seu país para o Brasil desde 2017 devido à pobreza e repressão política que compõem o cenário da ditadura de Maduro, sucessor político de Hugo Chávez (1954-2013). A maioria deles foi recebida na Operação Acolhida.

A entrada do ditador no Brasil estava oficialmente proibida até o fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas a determinação foi revogada pois Lula queria convidá-lo para sua posse em janeiro. O encontro só não aconteceu porque Caracas não conseguiu organizar a viagem a tempo, depois que a restrição a Maduro foi levantada em dezembro de 2022.

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