ArtigoColunaCristina LebreGeral

Rápidas, mas de responsa

### O canal “Hipócritas”, que faz um humor ácido de zoação da esquerda e seu enganoso “politicamente correto”, tem feito uns vídeos excelentes, vale a pena assistir.  Os últimos que vi, “A festa do impeachment” e a “Despedida do Maia”, são de rolar de rir.  Um oásis de alegria pra todos nós que estamos sofrendo neste país, não somente pelo vírus chinês, mas também, e principalmente, pela nefasta instabilidade política.  Super recomendo, assistam, e se inscrevam no canal!

### Semana passada senti na pele o peso do “crime” que cometo ao apoiar o atual governo.  Fui ofendida, agredida verbalmente, invadida em meu Whatsapp e mesmo chamada de “apoiadora da morte”!  É impressionante como as pessoas defendem uma coisa e fazem outra.  Defendem o direito à “diversidade” (contanto que a diversidade faça parte do universo de valores delas), se dizem contra todo tipo de preconceito e, pasmem, defensores das minorias.  Mas se acham no direito de apontar quem é ditador, fascista ou outros “itas” de maneira tão fútil, quando o terrível dia a dia que estamos vivendo escancara a cada expediente quem são os criminosos que insistem em falir o país e seu povo, contanto que derrubem um governo legitimamente eleito.  É claro que tenho receio dessa patrulha, que nos inibe ao ponto de a gente recorrer ao silêncio em determinados ambientes. É triste a gente ter que se abster de expor nossa opinião por medo de represálias.  Como diz a querida Bárbara, do “Te Atualizei”, “quem tem tem medo”.  Mas é preciso distinguir o medo do respeito.  É fácil meter medo quando se tem poder e se está em maioria, impondo narrativas inquestionáveis.  Mas conquistar respeito e admiração, mesmo quando não se concorda com todas as ideias, isso sim é virtude, isso sim é poder para influenciar e frequentar o debate verdadeiramente livre, e não é qualquer um que tem esse cacife.

### Em meio às manchetes “necrotério” da grande mídia, há que se virar os olhos e a atenção para o que acontece de terrível no mundo “além pandemia”.  Em Moçambique, por exemplo, crianças estão sendo decapitadas pelo grupo extremista estado islâmico. Missionários que atuam em países africanos afirmam que uma das razões para a barbárie é o fato de serem as famílias das vítimas pessoas cristãs. A Ong Save the Children está denunciando a matança, e o consequente êxodo desses povos para outras localidades do país e mesmo para outros países fronteiriços.  O fato é que, desde 2017, quando a ofensiva islâmica se tornou mais agressiva, já são mais de 2,5 mil pessoas mortas e 700 mil refugiadas.  E Moçambique não é o único país da África hoje assolado pelo extremismo islâmico, a tirania e o radicalismo religioso.  São vários os países da África e da Ásia oprimidos por disputas religiosas, políticas e econômicas desde que o mundo é mundo.

### Menciono essas notícias para mostrar que existe muita vida, e lamentavelmente muita morte, para além da tragédia que se abate agora sobre o nosso país.  E, claro, sobre todo o mundo.  Não que a peste maldita que hoje nos persegue não seja a maior crise sanitária vivida pela geração contemporânea.   Mas trágico também é termos que conviver com o totalitarismo, o desrespeito à população trabalhadora e, principalmente, a mentira proferida por tantos agentes públicos, cujo discurso está povoado da expressão “salvar vidas”, enquanto que o interesse maior está em conquistar o poder, na marra, nem que seja em cima das covas cavadas, com urgência, para abrigar os corpos agora sem vida de tantos brasileiros. 

Cristina Lebre é autora dos livros “Marca d’Água” e “Olhos de Lince”,
à venda pelo e-mail lebre.cristina @gmail.com

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