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Prof. Barragan | A campanha é digital e de oportunidade

O ano eleitoral de 2018 declara a quebra definitiva do paradigma da comunicação e campanha eleitoral que se estabelecia por meio da propaganda por panfletos, bandeiras, santinhos, televisão e rádio. Neste ano, as redes sociais digitais assumem a liderança dos meios de comunicação eleitoral. Instagram, Facebook e YouTube se tornaram excelentes caminhos para a divulgação das campanhas eleitorais dos candidatos que, por um custo inferior aos que gastavam anteriormente com a propaganda impressa, conseguem um alcance bem maior junto ao eleitorado. Como exemplo, se alguém realiza um dia de campanha por meio de uma tiragem de 5.000 panfletos, somente teria capacidade de alcançar 5.000 pessoas que, ao menos, olhariam a foto do respectivo candidato. Se ao invés disso, a campanha fosse feita por uma rede social digital, em que fosse aplicado o mesmo recurso financeiro daquela panfletagem no impulsionamento da postagem, o alcance seria inúmeras vezes maior.

O candidato que ainda insiste em se manter na velha forma de realizar campanha tem perdido espaço de divulgação na corrida eleitoral. Os hábitos do público mudaram e a forma como estão buscando as informações também. As novas gerações – que serão a grande base de eleitores em um futuro próximo – não são mais telespectadores assíduos dos canais abertos, não assistem à propaganda eleitoral televisiva e a ouvem no rádio, não são ouvintes frequentes das rádios abertas, optam por criar playlists e são espectadores e usuários das grandes redes e mídias sociais. Portanto, o público mudou e com ele o candidato deve mudar. É preciso entender o novo direcionamento que as novas gerações estão estabelecendo. As emissoras de televisão, por exemplo, já preparam aplicativos, no estilo Netflix, como fez a Rede Globo com o aplicativo Globo Play, para conseguirem manter os seus espaços e permanecerem atrativas para aquele público.

Dentro daquele novo cenário, há também aqueles que se aproveitam da nova fórmula de divulgação para abrir estrada dentro da oportunidade que surge de modo mais barato e prático. No mundo digital, basta um celular e um bom conteúdo para que a divulgação comece e ganhe prestígio entre seguidores. Alguns mais profissionalizados fazem uso de tripé, câmeras com altas resoluções, jogos de luzes, edição de vídeo, etc. Em um momento em que o fundo partidário tem 67% de seu total sendo destinado aos políticos que já possuem mandato e tentam a reeleição ou para políticos de carreira que já ocupam espaço na gestão pública. Aos novos candidatos, pouco resta em termos de recursos do fundo partidário, por isso, a opção por investir nas redes e mídias sociais digitais se torna uma interessante oportunidade para alcançar a desejada cadeira na Casa Legislativa.

Por fim, a nova era digital há muito que já sinalizou que veio para ficar, apesar de alguns ainda serem reticentes. Logo, vamos ao velho ditado: “se não pode vencê-los, junte-se a eles”. Se não pode vencer por meio de propagandas impressas, junte-se ao mundo digital e conheça uma nova oportunidade de apresentar as duas ideias. Mas lembre-se que as redes e mídias sociais digitais são como uma faca de dois gumes, podem lhe ajudar, mas, se você fizer algo de errado, saiba que as câmeras não o perdoarão. Nem os seus seguidores!


* Professor Barragan é advogado, contador, gestor público, professor de Gestão Pública, Direito e Contabilidade, Presidente do Centro de Estudos Políticos do Brasil, Mestre em Direito Econômico e Desenvolvimento, colunista de jornais e revistas e autor de livros. Facebook: Professor Barragan. Instagram: @professorbarragan

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