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Coluna do LAM | Edição 156
André Midani, um predestinado
que mantém um pacto com o sucesso

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Estou lendo a autobiografia de André Midani, chamada “Do Vinil ao Download”. Tento ler devagar para curtir cada linha, mas o texto é tão bom (praticamente linguagem falada, que gosto muito), tão curioso, as histórias são tão impressionantes, que em duas noites já passei da metade.

Uma história muito rica, que começa em Damasco, Síria, em 1932, atravessa a II Guerra Mundial, um milhão de outras situações, atravessa o Atlântico, chega ao Brasil e ...bom, quando terminar a leitura farei uma resenha detalhada.

Homem de excelente caráter, André Midani é um dos maiores executivos do mercado fonográfico mundial. Tive o privilégio de conhece-lo lá por 1980, quando estava fazendo uma matéria sobre as estrelas do mercado. André tinha deixado a presidência da gravadora Polygram (hoje Universal Music) para assumir a presidência da Warner no Brasil.

Ele assumiu a Warner com 3% do mercado brasileiro. Após contratar artistas como Elis Regina, Tom Jobim, Gilberto Gil, Belchior, Hermeto Pascoal, Paulinho da Viola, Ney Matogrosso, Marina Lima, Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil), Pepeu Gomes, A Cor do Som, Banda Black Rio e As Frenéticas, entre outros, viu sua participação de mercado subir para 14%.

Na década de 1980, Midani resolveu apostar no rock brasileiro, contratando artistas como Titãs, Ultraje a Rigor, Ira!, Inocentes, Kid Abelha, Camisa de Vênus, Lulu Santos entre outros. Em 1983, levou a Warner também para a Argentina, e, em 1984, para o México. Em 1990, foi transferido para Nova York, onde assumiu o cargo de presidente da Warner para toda a América Latina.

Ao longo de minha vida profissional sou extremamente grato a algumas pessoas que me mostraram caminhos, apontaram rumos, trilhas, alternativas. No jornalismo musical e no rádio, destaco amigos como Roberto Menescal, Carlos Celles (in memoriam) Marcos Kilzer, Jorge Davidson, Miguel Aranega que me deram (e dão) muita força. E, é claro, entre eles está André Midani.

No tempo da Rádio Fluminense FM, quando a dirigi entre março de 1982 e abril de 1985 e depois em 1989 e 1990, ia de 15 em 15 dias dar um giro nas gravadoras para conversar com esses meus amigos. André Midani foi um deles.

Perguntava muito pela rádio, pelos artistas, opinião dos colegas de lá, dos ouvintes. Até hoje, Midani é um GPS, ligado dia e noite e tem um faro impressionante para o sucesso. Impressionante! Ele gostava de ouvir, ouvir muito. Eventualmente anotava o que mais chamava atenção num bloco com uma elegante caneta tinteiro.

Lembro que quando a rádio tinha acabado de entrar no ar e tocava cópias de fitinhas K7 de bandas nacionais novas, o produtor Ricardo Silveira (homônimo do musico) apareceu lá. Ele era produtor da Warner e, em nome do André Midani, tinha ido lá pegar fitinhas K7 para fazer um disco. entregamos e as fitinhas, sem qualquer “maquiagem”, viraram o disco Rock Voador, parceria da rádio com o Circo Voador. Os artistas: Celso Blues Boy, Kid Abelha, Sangue da Cidade, Maurício Mello e Companha Mágica, Papel de Mil e Malu Vianna.

Enfim, enquanto leio André Midani na primeira pessoa penso que sua vida daria não só um outro livro (pessoas contando suas histórias) como um excelente filme. André Midani é raro, muito raro.

Aqui, uma breve sinopse do livro segundo a editora Nova Fronteira:

Testemunha ocular do Dia D, desertor da Guerra na Argélia, confeiteiro em Paris, executivo da Odeon, Phonogram e WEA, pioneiro na iniciativa de análises qualitativas de mercado, negociador da libertação do publicitário Washington Olivetto.

A autobiografia de André Midani é mais do que um depoimento de quem desde a década de 50 observa sob um ângulo privilegiado os bastidores do mercado musical brasileiro.

Além de viver alguns dos grandes momentos da história, Midani participou ativamente do nascimento da bossa nova, da tropicália e do rock nacional, dos grandes festivais de música e das jogadas de marketing das gravadoras para projetar seus ídolos.

 

O meu afeto não se encerra

Passei alguns dias resolvendo assuntos diretamente ligados a meu afeto profundo. Muito profundo, abissal. A cada lugar que fui, lembranças, muitas lembranças e um sentimento bem mais poderoso do que a saudade. É quando sentimos falta, muita falta, de pessoas e momentos que se eternizam no afeto profundo, lá embaixo, no abissal e mistérios inconsciente.

Óbvio, ninguém é igual. O ser humano é diferente até dele mesmo já que a coerência radical, prima bem próxima da teimosia, é eventualmente burra. Por isso, por essa livre e saudável ausência de isonomia afetiva, cada humano tem com o afeto uma relação distinta. Com o afeto profundo, essas diferenças se abrem como grandes abismos e muita gente sente dificuldade de lidar com ausências.

Pessoas que acham que o choro é fraqueza, que o lamento é covardia dispensável, que o “estado blues” que nos acomete tem que ser massacrado, assassinado, deletado, arquivado, atirado no lixo, em nome de uma suposta superioridade existencial. Dizem que os ocidentais, em especial alguns pequeno-burgueses (também chamados de “coxinhas”), preferem ignorar o afeto profundo e substituir, por exemplo, pela trilogia cerveja-futebol-churrasco. É mais fácil? Não. Essa trilogia é como um cheque pré-datado, daqueles que batem na conta lá na frente, com juros e correção.

O meu dia foi especial porque mergulhei até o afeto profundo. Nó na garganta quando o cheiro do mar misturado ao de óleo combustível dos navios de guerra me bateu na alma. Foi bom. Foi bom homenagear quem eu queria que fosse homenageado, através de lembranças, poemas, vento do litoral, o azul profundo do céu de outono.

O meu afeto não se encerra. Prefere transmutar como as auroras boreais. Nunca as mesmas. Sempre as mesmas. Assim é. Assim será. Sempre.


 
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